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Crenças Relacionadas com o Pós Parto

Vamos falar sobre o décimo mês de gestação, aquele em que já temos o nosso bebé n

os braços, em que o coração conhece uma nova forma de bater e a cabeça assume todo um conjunto de cruzamentos e semáforos intermitentes que podem tornar o trânsito um verdadeiro desafio.

Falemos sobre alguns aspetos que me parecem úteis à reflexão:

1 – A mãe liga-se instantaneamente ao seu bebé – Nem sempre! A ligação entre as mães e os seus filhos varia de situação para situação, as circunstâncias da vida influenciam muito a forma como cada mulher vive a maternidade. A ligação pode não surgir de imediato e poderá ser necessário algum tempo entre ambos para que aconteça. É fundamental para a mulher ter com quem possa partilhar o que está a viver, sem julgamentos nem desvalorizações.


2 – Os sentimentos do pós parto são todos iguais – Não é verdade! Não há dois pós partos iguais. Os sentimentos tendem a tomar lugar de forma hierárquica ou seja, há um que predomina e depois outros que vão assumindo posições da escala. Salvo exceções é o Amor que domina, este dá as mãos ao medo, ou à confiança, ou à angustia, ou à felicidade, ou à alegria, ou à tranquilidade, ou à gratidão, ou a outra emoção que podíamos até então desconhecer. O desafio para a mãe aumenta, pois ao longo do dia as emoções podem variar assim como a dimensão que elas ocupam dentro da mãe. Nada disto é de estranhar, afinal de contas estamos a falar de uma nova realidade para a família.


3 – A vida da mãe tem que girar em torno do bebé – Por favor tenha cuidado com esta tentação. É fundamental que a mãe cuide de si para que consiga cuidar do seu bebé. Quer do corpo, quer da mente. É verdade que com a chegada de um bebé os horários têm que ser ajustados às suas necessidades, um recém nascido que é alimentado com leite materno em livre demanda precisa estar perto da fonte de alimento porém, à medida que vai crescendo os intervalos começam a ser maiores o que permite à mãe organizar o seu dia para cuidar de si. Felizmente que hoje em dia já há espaços que cuidam da mãe sem que esta tenha que se afastar do seu bebé.

4 - Ninguém compreende o que uma recém mãe está a passar – Claro que compreende, claro que podem ajudar, claro que é preciso que a recém mãe não se isole e partilhe com as pessoas da sua confiança o que está a sentir. Os grupos de mães são fundamentais para que juntas, ultrapassem os desafios desta nova fase. Tudo se torna mais fácil quando há uma amiga por perto na mesma situação ou um grupo de mães para apoiar. O apoio de um profissional também será bem vindo, sempre que a família assim o considere.

Dra Filipa Martins- Terapeuta Individual, Familiar e de Casal

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